Guia sobre Escoliose:
- O que é escoliose?
- Escoliose tem cura?
- Como é o tratamento de escoliose?
- Quais são os tipos de escoliose?
- Em quais regiões da coluna ocorre a escoliose?
- Quais são os graus de escoliose?
- O que causa escoliose?
- O que é Escoliose Neuromuscular?
- O que é uma Escoliose Congênita?
- O que são Escolioses Secundárias?
- Quais são os sintomas da escoliose?
- O que é escoliose lombar?
- O que é considerado uma escoliose acentuada?
- O que é escoliose grave?
- O que é uma corcunda?
- O que é desvio da coluna?
- Qual é o profissional que trata escoliose?
- Qual a melhor atividade física para melhorar a postura?
- Qual é a indicação cirúrgica da escoliose?
– O que é escoliose?
Escoliose é uma deformidade proveniente da coluna vertebral. Consiste de uma curvatura anormal que pode ocorrer na região lombar, torácica ou cervical. Pode ser observada pela frente ou pelas costas do paciente (plano coronal), num ângulo maior que 10 graus.
Este tipo de desalinhamento da coluna está presente em até 3% da população, sendo que sua manifestação é mais incidente em mulheres. A maioria dos casos se manifestam desde a infância e, por isso, o diagnóstico da escoliose precisa ser feito o mais precocemente possível, preferencialmente na infância e juventude, para que o tratamento seja mais eficaz e menos invasivo, diminuindo as chances do paciente desenvolver deformidades mais complexas que só poderão ser melhoradas ou corrigidas por meio de cirurgia.
– Escoliose tem cura?
Com o devido acompanhamento de um profissional qualificado, a escoliose pode ser tratada de acordo com o tipo, com a gravidade da curvatura.
Para casos mais leves, o tratamento clínico é mais conservador, o que inclui o uso de coletes, exercícios específicos e sessões de fisioterapia. Já para os casos mais graves, uma cirurgia de escoliose pode ser necessária para a correção da anomalia.
– Como é o tratamento de escoliose?
Depende do tipo e da gravidade da escoliose. Na maioria dos casos, o tratamento consiste somente da observação e orientações médicas, com visitas periódicas para acompanhar a progressão da curva.
Alguns casos necessitam de cuidados especiais, desde sessões de RPG, fisioterapia e Pilates até o uso de coletes ortopédicos ou mesmo, nos quadros extremos, uma intervenção Cirúrgica.
– Quais são os tipos de escoliose?
Os tipos de escoliose podem ser identificadas mais especificamente de acordo com a região vertebral afetada, o grau de curvatura ou mesmo quanto à origem de sua formação. Veja a classificação de cada um desses tipos nos próximos tópicos.
– Em quais regiões da coluna ocorre a escoliose?
A escoliose pode ocorrer e se estender em qualquer parte da coluna vertebral entre região cervical e sacral. Quando classificada segundo a região afetada, pode ser dividida entre:
1) Cervicotorácicas: Afeta a região cervical da coluna (das vértebras C-1 à C-7) e pode estender-se até a região torácica (da T-1 à T-12);
2) Torácicas: Afeta a região torácica (das vértebras T-1 à T-12);
3) Toracolombares: Estende-se da região torácica (entre a T-1 e T-12), até a coluna lombar (entre a L-1 e L-5);
4) Lombares: Afeta a região lombar (entre as vertebras L-1 à L-5);
5) Lombossacrais: Afeta as regiões entre a coluna lombar (das vértebras L-1 à L-5) e o sacro (S-1 à S-5).
– Quais são os Graus de escoliose?
Ao classificar o grau de curvatura da escoliose, determina-se o a gravidade da deformação e o tipo de tratamento necessário para a recuperação do paciente, podendo ser classificado em 5 níveis:
1) Até 10 graus: Curva fisiológica (correta). Sem necessidade de tratamento;
2) 10 a 20 graus: Curva Leve. Tem necessidade de acompanhamento médico;
3) 20 a 40 graus: Curva moderada. Tem necessidade de acompanhamento e, em alguns casos, colete ortopédico;
4) Mais de 40 a 45 graus: Curva moderada a Grave. Em alguns casos é necessária a cirurgia.
– O que causa escoliose?
A escoliose possui diversas causas possíveis, podendo ser classificada segundo a origem de sua formação. Nesse caso, divide-se entre:
1) Escoliose Idiopática: Tipo mais comum e sem causa conhecida;
2) Escoliose Congênita: Presente desde o nascimento, é definida por problemas com a formação ou fusão dos ossos da coluna;
3) Escoliose Neuromuscular: Causada por doença neurológica ou muscular;
4) Escolioses Secundárias: Causadas por outras doenças.
– O que é Escoliose Idiopática?
É o tipo de escoliose identificado em mais de 80% dos casos, podendo ser dividida da seguinte forma:
1) Escoliose Idiopática infantil (Até os 3 anos de idade)
2) Escoliose Idiopática Juvenil (De 3 a 9 anos de idade)
3) Escoliose Idiopática do Adolescente (De 10 a 18 anos)
4) Escoliose Idiopática do adulto (Após 18 anos)
A escoliose idiopática do adolescente é o tipo mais comum de escoliose, pois o risco de progressão da curva é maior quando a taxa de crescimento do corpo é mais rápida, durante a puberdade. Nessa faixa etária, a escoliose é muito mais predominante em meninas do que em meninos, sendo elas oito vezes mais propensas a precisar de tratamento para escoliose. Já os outros tipos de escoliose idiopática são levemente prevalentes em pacientes do sexo masculino.
É importante observar que a escoliose idiopática pode determinar deformidade da coluna vertebral e das costelas, porém a dor nas costas é bastante incomum. Ainda assim, a maioria dos casos de escoliose é leve e não requerem tratamento.
Em crianças e adolescentes, por muitas vezes a escoliose não têm nenhum sintoma visível, não sendo perceptível até que a curva tenha progredido de maneira significante.
– O que é Escoliose Neuromuscular?
A escoliose neuromuscular é um tipo particular de escoliose causado por alguma doença neurológica ou muscular. Em geral são curvas grandes e rígidas, apresentando um formato em “C” longo nas radiografias. As doenças mais comuns que podem causar escoliose neuromuscular são:
1) Paralisia Cerebral
2) Artrogripose
3) Distrofias Musculares
4) Mielomeningocele
5) Traumatismos Raquimedulares
A principal característica da escoliose neuromuscular é uma alteração do tônus muscular. As crianças podem apresentar desde uma hipotonia (flacidez) até uma hipertonia (espasticidade). Essa alteração do tônus muscular influencia totalmente na progressão da curva e no tipo de tratamento empregado.
Em geral são curvas de crescimento progressivo e rápido, independente da idade da criança. A maioria dos pacientes apresenta acometimento significativo e progressivo do equilíbrio do tronco e capacidade de sentar devido à inclinação da bacia associada. Nesses pacientes, é freqüente uma insuficiência da musculatura extensora do tronco. Isso acarreta uma dificuldade ainda maior para se manterem sentados devido à cifose na transição da coluna tóraco-lombar e tendência à queda para frente na cadeira (colapso em cifose).
– O que é uma Escoliose Congênita?
Essa condição geralmente se inicia ainda na fase intra-uterina, entre a 3ª e 8ª semana de gestação (período de formação e segmentação da coluna vertebral). Esse problema no desenvolvimento da vértebra normalmente está associado a malformações em outros órgãos (coração, rins, esôfago, etc). As malformações nas vértebras são divididas basicamente em três tipos:
1) Defeitos de Formação: Uma parte da vértebra não se forma (ex:hemivértebra).
2) Defeitos de Segmentação: Uma vértebra fica grudada a outra (ex:barra óssea).
3) Defeitos Mistos: Defeitos de formação e segmentação associados.
Essas malformações podem estar presentes em qualquer parte da coluna vertebral e assumirem graus variados.
Muitos casos não evoluem e sequer necessitam de tratamento. Tudo irá depender do número de malformações presentes, grau da curva, potencial de crescimento e exame clínico do paciente.
– O que são Escolioses Secundárias?
As Escolioses secundárias são aquelas que se desenvolvem em detrimento de uma doença muscular ou óssea. Um exemplo é a escoliose degenerativa, que é aquela descoberta tardiamente e vem se tornando mais freqüente com o aumento da expectativa de vida mundial. Outro exemplo são escolioses traumáticas, que ocorreram em detrimento de acidentes que causaram lesão a vértebra.
– Quais são os sintomas da escoliose? (sinais clínicos)
-Caixa torácica inclinada para um dos lados;
-Um lado da caixa torácica parece maior do que o outro;
-Um dos lados do quadril mais elevado ou à frente do que o lado oposto;
-Um dos ombros mais elevado ou à frente do que o ombro do lado oposto;
-Pernas aparentando ter tamanhos diferentes uma da outra;
O Quadro de dor não é comum e está normalmente associado com casos específicos de adultos que deixaram a escoliose progredir com o tempo.
– O que é escoliose lombar?
Uma escoliose pode ser identificada devido à região em que se encontra. Além da escoliose lombar, existem ainda as cervicotorácicas (entre a região cervical e torácica), torácicas (na região torácica), toracolombares (entre a região torácica e a lombar) e as lombossacrais (entre a região lombar e a sacral, que é na pélvis).
Mais comumente sendo do tipo idiopático, a escoliose lombar é aquela que se desenvolve no fundo das costas, na região lombar da coluna, que fica entre a pélvis e a região torácica. Pode ser identificada desde a infância, sendo também chamada de escoliose idiopática do adolescente, sendo que a maioria dos casos não ultrapassa os 20 graus de curvatura.
Normalmente pode ser identificada por meio de um exame de raio x ou mesmo com um exame clinico que consiste no agachamento do paciente com as mãos no chão ou no tornozelo, sendo determinada por uma curvatura da coluna para a esquerda ou para a direita.
– O que é considerado uma escoliose acentuada?
Este termo é controverso, o mais importante é verificar o grau de curvatura e se de fato há indicação cirúrgica através de consulta com médico especialista.
– O que é escoliose grave?
Esse termo é controverso, o mais importante é verificar o grau de curvatura e se de fato há indicação cirúrgica através de consulta com um médico especialista.
– O que é uma corcunda?
Corcunda é um termo popular para definir a formação de uma gibosidade vertebral na região torácica e a cervicotorácica da coluna de uma pessoa, que nada mais que um tipo de Escoliose, uma deformação morfológica que torce a coluna para todos os lados. A gravidade e a maneira como deverá ser tratada a escoliose é determinada por um profissional qualificado através do exame do grau de torção da mesma.
– O que é desvio da coluna?
Um desvio na coluna é uma anomalia nas curvaturas fisiológicas da coluna vertebral. As curvaturas fisiológicas estão presentes no plano sagital (observado de lado) e são:
-lordose cervical: Região do pescoço
-cifose torácica: Região do tórax,
-lordose lombar: Região da cintura
-cifose sacrococcígea: Região da bacia.
Os desvios nessas regiões podem se expressar quando há redução ou aumento acentuado de uma ou mais curvaturas (hiper-lordose, hipercifose, hipocifose, etc). Porém, apesar de escolioses mais simples geralmente correrem no plano coronal (observada de frente), onde não existem curvaturas fisiológicas, algumas das condições mais sérias podem ocorrer de todos os lados, atingindo também as curvaturas naturais da coluna do plano sagital.
– Qual é o profissional que trata escoliose?
Escoliose pode ser tratada por fisioterapeutas, ortopedistas, neurocirurgiões, fisiatras, pediatras ou clínicos gerais, que são profissionais habilitados para ajudar no diagnóstico do problema e, caso necessário, encaminhar o paciente para um realizar um tratamento mais específico com um médico especialista em coluna, que deve ser um médico ortopedista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Coluna – SBC.
– Exercícios para Escoliose: Qual a melhor atividade física para melhorar a postura?
Exercícios que trabalhem a simetria e o desenvolvimento musculares dos dois lados do corpo são recomendados para evitar a piora da escoliose em casos mais leves. Exemplos são: natação, ioga, pilates, caminhada, corrida, hidroginástica e, em alguns casos, musculação também pode ajudar.
Porém, é importante o acompanhamento de especialistas para determinar o tratamento necessário e o programa de atividades recomendados. Sempre procure a orientação de um ortopedista, fisiatra ou fisioterapeuta.
– Qual é a indicação cirúrgica da escoliose?
Geralmente crianças com curvas de escoliose superiores a 50 graus necessitam de cirurgia para corrigir a curvatura e evitar a sua progressão, que pode acontecer mesmo depois da idade adulta.
Ângulos de escoliose entre 40° e 50° necessitam de um diagnóstico diferenciado por parte de um especialista em coluna, para que seja determinado qual será procedimento a ser tomado. Angulações inferiores a esta média normalmente podem receber tratamentos mais conservadores que dispensam a cirurgia da escoliose.