As fraturas da coluna podem ou não estar associadas a traumatismos. A maioria das fraturas de coluna são benignas e de evolução favorável, porém algumas podem determinar instabilidade local e até mesmo sintomas neurológicos.
Grande parte das fraturas de coluna ocorrem na região tóraco-lombar, onde há uma zona de transição entre a coluna torácica (mais rígida) e a coluna lombar (mais flexível).
A gravidade de cada caso é determinada de acordo com a localização da fratura, deformidade presente e sintomas associados.
QUAIS AS CAUSAS DE FRATURA DA COLUNA?
As principais causas para uma fratura na coluna são:
– Acidentes automobilísticos ou motociclísticos
– Quedas de altura
– Traumatismos no esporte
– Traumatismos de baixa energia (geralmente fraturas osteoporóticas ou patológicas)
Nos casos de traumatismos de baixa energia, algumas vezes não há um traumatismo bem documentado. Por exemplo, em indivíduos com intensa osteoporose ou lesões vertebrais que enfraquecem o osso, a fratura pode ocorrer em um simples movimento de abaixar e fletir o tronco.
QUAIS OS TIPOS DE FRATURA DA COLUNA?
Há uma série de fraturas e tipos diferentes. Basicamente a morfologia de cada fratura será determinada pelo tipo de traumatismo ocorrido e a qualidade óssea de cada paciente.
Existem 3 mecanismos principais que podem causar fratura na coluna:
– Flexão
– Extensão
– Rotação
As fraturas em flexão podem ser subdividas em tipo “compressão” e “explosão”. Esses são os tipos mais comuns de todas as fraturas na coluna. São muito comuns em fraturas por osteoporose.
As fraturas em extensão mais comuns são as do tipo “flexão-distração” e muitas vezes apresentam-se com lesões ligamentares associadas.
As fraturas com mecanismo em rotação são as mais graves e muitas vezes determinam “fratura-luxação” na vértebra. São as lesões mais instáveis e que requerem abordagem cirúrgica precoce.
QUAIS OS SINTOMAS DAS FRATURAS DA COLUNA?
Os sinais e sintomas das fraturas de coluna irão depender basicamente do tipo de fratura e da gravidade da lesão. Os sintomas mais comuns são:
– Dor aguda na região da fratura ou que irradia no trajeto de um nervo
– Piora da dor ao ficar em pé ou sentado por longo período
– Dormências ou formigamentos em algum membro
– Fraqueza em algum membro
– Problemas urinários/fecais (incontinência, retenção)
A dor é o sintoma principal e, muitas vezes, o único sintoma em fraturas benignas e estáveis. Pode haver algum inchaço e edema local nas costas. Ao realizar movimentos de flexão e torção do tronco, geralmente há piora do quadro doloroso.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE FRATURAS DA COLUNA?
Na primeira suspeita de uma lesão na coluna ou evento traumático, um médico deve ser consultado. A anamnese e exame clínico do paciente já levam a um alto grau de suspeição para o diagnóstico de fratura na coluna.
O diagnóstico é confirmado por exames de imagem, principalmente radiografias simples frente e perfil do segmento da coluna vertebral acometido.
Nas fraturas estáveis e benignas, as radiografias são suficientes e já irão guiar todo o tratamento.
Em casos de sintomas neurológicos, instabilidades e necessidade de abordagem cirúrgica, pode ser necessária a complementação com exames mais detalhados (tomografia e/ou ressonância magnética).
QUAL É O TRATAMENTO DAS FRATURAS DA COLUNA?
O tratamento divide-se basicamente em conservador e cirúrgico. A grande maioria das fraturas são passíveis de tratamento conservador (clínico).
Para determinarmos o melhor tratamento alguns fatores devem ser avaliados como: idade do paciente, nível da fratura, porcentagem de perda de altura da vértebra, grau de cifose da fratura, presença de compressão do canal vertebral, presença de sintomas neurológicos, qualidade óssea, tempo de evolução, intensidade da dor, entre outros.
Como podemos notar, existem muitos componentes importantes para definir a melhor conduta terapêutica.
Dentre as opções de tratamento conservador temos: medicações analgésicas, repouso relativo e coletes.
Já o tratamento cirúrgico pode ser dividido em opções minimamente invasivas (cifoplastia, fixações percutâneas, etc) e procedimentos cirúrgicos abertos (artrodese vertebral).
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COMO É O TRATAMENTO COM COLETE PARA AS FRATURAS DA COLUNA?
O tratamento conservador com colete é destinado a fraturas estáveis, com pequeno acometimento da altura vertebral, pequena cifose e sem sinais neurológicos associados. Felizmente a maioria das fraturas de coluna são passíveis de tratamento com colete.
Os coletes mais utilizados são: Jewett, Putti alto e Putti baixo. A correta indicação e tempo de utilização do colete deve sempre ser realizada pelo médico especialista.
COMO É O TRATAMENTO CIRURGICO PARA AS FRATURAS DA COLUNA?
Como mencionado anteriormente, dividimos o tratamento cirúrgico em duas opções:
1) Cirurgia minimamente invasiva
– Cifoplastia: consiste na injeção percutânea de cimento ósseo dentro da vértebra fraturada. Pode ser realizada na fase aguda e subaguda da lesão. Proporciona rápido alívio da dor e estabilização do segmento. Possui indicações específicas que devem ser avaliadas pelo médico.
– Fixação percutânea: é uma técnica de instrumentação com parafusos nas vértebras adjacentes à fratura sem abertura do foco da fratura. É muito indicada em instabilidades por grande perda de altura da vértebra ou grau de cifose inaceitável.
2) Cirurgia aberta
A cirurgia convencional é destinada a fraturas mais graves onde haja componente rotacional associado (fratura-luxação) e/ou comprometimento de estruturas neurológicas a serem descomprimidas durante o procedimento. O procedimento padrão é a descompressão do canal vertebral e artrodese do segmento.
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